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Brasileiros se emocionam com medalha inédita no judô das Olimpíadas: 'Nem que seja na força do ódio'

Brasileiros se emocionam com medalha inédita no judô das Olimpíadas: 'Nem que seja na força do ódio'

Brasileiros se emocionam com medalha inédita no judô das Olimpíadas: 'Nem que seja na força do ódio'

Em Tóquio, na primeira vez que aconteceu a disputa por equipes, o Brasil acabou derrotado na repescagem por Israel e ficou sem medalha.

Dessa vez, porém, deu tudo certo, com direito a uma vitória de Rafaela Silva na sétima e decisiva luta contra Veronica Toniolo na categoria até 57kg. Pouco depois da conquista, Rafa, medalhista de ouro no Rio de Janeiro, em 2016, mas que acabou derrotada neste ano no individual, citou a "receita" que fez o time brasileiro se superar.

"Com certeza foi especial. Bati na trave, cheguei até a semifinal no individual e fiquei sem medalha. A gente falava todos os dias na vila: nem que seja na força do ódio, essa medalha é nossa. A gente não podia sair daqui sem essa medalha. Podia ter acabado antes, mas Deus colocou essa última luta na minha mão. Eu tinha perdido para ela na última vez que a gente lutou, mas eu não podia sair com a mala vazia", disse, em entrevista à TV Globo.

Rafael Macedo, que passou por situação semelhante no individual, ao ser derrotado de maneira polêmica na disputa pelo bronze, foi outro que desabafou: "Deus sabe de todas as coisas. Eu queria muito essa medalha. A gente merecia, batalhou demais. É recompensa do nosso trabalho ali no tatame. Vai, Brasil, medalhista olímpico."

Beatriz Souza, medalha de ouro nesta sexta, também fez parte do time e deixa Paris com duas medalhas. E disse que lutou com todas as suas forças para ajudar os companheiros.

"Competição por equipe é diferente, a gente luta um pelo outro. Tivemos uma semana dura. Não podia deixar de ajudar minha equipe. Não poderia sair sem conquistar a medalha. Todo mundo merece, entregou tudo de si. A equipe se doa pelo outro, se entrega pelo outro e ganha pelo outro."

A parceria entre os atletas foi enfatizada também por Ketleyn Quadros, veterana, que foi medalhista em 2008 e agora, 16 anos depois, volta a ter uma conquista olímpica.

"Estou muito feliz, realização de um sonho. Poder concretizar essa medalha por equipe tão sonhada, depois de todo o caos que a gente passou, era muito merecida essa medalha. Fico feliz porque a gente fez acontecer no tatame. Isso é muito bom poder ver nessa hora, que é a união. Fico muito feliz de ganhar essa segunda medalha olímpica."

Leonardo Gonçalves atuou em quase todas as disputas substituindo Rafael Silva, o Baby, e teve que enfrentar alguns atletas mais pesados do que ele. Nada que mudasse seu ímpeto para ajudar a equipe brasileira.

"A gente é um time, eu estou ali junto com o Baby. Sou teoricamente reserva dele e estou preparado. Conheço os atletas, lutei com muitos atletas da minha categoria. A gente estava pronto, merecia essa medalha e graças a Deus veio. Quase morremos do coração, mas é medalha nossa."

Já Willian Lima, medalha de prata na categoria até 66 kg, foi mais um que teve que se superar na disputa por equipes: "A gente estava com um time muito incrível, parecia uma família. Muita gente no meio do caminho e a gente sentiu que foi injustiçado. A gente não estava sozinho, era algo muito maior. Quando falaram par eu lutar no 73, eu acreditei em mim, que tinha potencial. Acabaram optando por mim. Estrategicamente, esperavam o Cargnin, então foi um efeito surpresa. Senti o Lombardo bem ansioso para lutar. Ele lutou diferente do que eu tinha montado a estratégia, então acabei mudando no meio do caminho. Entreguei tudo de mim ali em cima. Não fiquei chateado de ter perdido, porque ele é 5º do mundo, então bati de igual para igual", encerrou.